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À infância, as costas?

Caríssimos,

O vídeo abaixo é o 6o da série Consuming Kids – sobre a infância consagrada no século XXI pelas grandes corporações. Parece que nossa sociedade está virando as costas à infância, coisa paradoxal ao percebermos toda o tipo de especialistas existentes para explicar os fenômenos infantis. Mas talvez isto seja apenas, infelizmente, a constatação de que a infância hoje está bastante doente, física e psiquicamente. Vale assistir com calma. É esclarecedor, e estarrecedor. (Os outros vídeos da série estão aqui no blog, basta procurar na barra de ferramentas do google, ali à direita).

A cultura contemporânea não destrói o elemento infantil, mas afeta-o e o condiciona, porque cria um outro universo imaginário, tendo a comunicação digital como meio, a imagem como causa e a velocidade elétrica como efeito.

Quando uma criança olha, esconde um toque; ao falar, ouve o olhar; quando se movimenta, intui um gesto e, ao cheirar, escuta o sabor. Elas põem em cena um verdadeiro desfrute corporal. A prática do prazer gestual, corporal, sensório-motor, temporário, rítmico e espacial das crianças concorre muitas vezes com a tela e assim aparece outro desfrute, mudo no tato, visível no olhar, escuro no sabor, insípido no odor, imóvel no espaço. Poderíamos chamá-lo de desfrute da imagem.

A antropologia da infância prova dia após dia o avanço desmedido do desfrute da imagem em prejuízo do desfrute corporal, criativo e gestual. A alienação causada pela imagem gera a vaga reprodução do sempre igual, em uma realidade atual que é o campo no qual as novas gerações produzem o elemento infantil.”
[Adaptado de Levin, 2007, ‘Rumo a uma Infância Virtual?’]

This Post Has 3 Comments

  1. Muito bom ! Viva a bola, a pipa, a espada comprada na rua da Alfândega, o boneco genérico do Max Still !!!!
    Parabéns, Rodrigo. Saudades de você !!!!!
    bjs

  2. Obrigado pela dica.

    Concordo com o vídeo.
    Vou continuar a pensar no caso.

    Vou ver o vídeo com o João Antônio. Varias vezes eu brigo e falo pra ele olhar a viagem pela janela ou um passeio de carro até chegar no Paissandu. O vídeo é "apenas" uma afirmação pra manter a pegada. É cansativo.

    Pros meus pais também devia ser, porém menos, bem menos, contra esse inimigo sofisticado do consumismo.

    Valeu, Rodrigo.

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