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Arquibaldos

Caros (as),

Não é raro um papai ou uma mamãe procurar o professor para, na época das competições, perguntar: “Puxa, como eu faço pra torcer? Será que eu atrapalho meu filhote quando fico gritando muito ali da arquibancada?”. É pergunta legítima, mesmo que à primeira vista possa parecer banal. Mas não é.

O momento da competição, do jogo valendo, é extremamente rico dentro da educação esportiva. Numa espécie de liquidificador emocional, diversas aprendizagens são exigidas: desportiva, cognitiva, social, afetiva. Tudoaomesmotempoagora, já que estes processos ocorrem ali, no jogo, com a chapa quente. E é claro que cada jogador vai lidar com isso à sua maneira. 
Creio que precisei falar de uma percepção geral dos alunos para chegar aos papais e mamães torcedores – o que me remeteu à expressão em inglês da palavra, support. De suportar, dar suporte a, sustentar. Mas dar suporte a quê? Eis a pergunta a ser respondida. A meu ver é dar suporte para que a criança consiga exercer, fazer uso de algo valioso: sua própria espontaneidade, sua maneira de jogar.

E talvez este suporte seja melhor aproveitado pelo pequeno jogador quando, na fantasia que envolve os campeonatos, pais e mães compreendam de modo natural o lugar de cada um. Porque quando a bola rola todo mundo entra na fantasia, não é mesmo? Senão, vejamos: o professor vira treinador; o aluno vira jogador; e  o pai se transforma em… torcedor!

[Tabelão do Torneio À Vera!]

Daí que a animação da arquibancada, como nos jogos oficiais, contagia as equipes. Existe uma espontaneidade na torcida que empurra a criança a poder se valer da sua própria – e isso é uma tremenda força para quem quer estufar as redes. Uns são mais efusivos, outros nem tanto. Cada jogador vai aprendendo a reagir às manifestações da torcida. Assim, respondendo à pergunta lá de cima: pais e mães não devem se preocupar em ‘torcer certo’. Isso seria muito chato e politicamente correto. Sem alegria, detestavelmente mecânico. Nada a ver com uma partida de futebol.

No entanto, o que deixa a criança confusa é quando o adulto transborda o lugar que lhe é reservado na fantasia – porque aí ele invade os demais espaços. O torcedor querendo ser treinador. Ou o treinador querendo ser torcedor. Ou ambos quase querendo entrar em campo e jogar pela criança, como se ela tivesse que seguir rigorosamente um jeito ideal de jogar. Quando isso acontece, não dá pé.

Ao contrário, quando o adulto pode respeitar os espaços por, genuinamente, confiar na criança, esta  se vê enriquecida em suas possibilidades de confiar em si mesma e se arriscar ao jogo. Pelo suporte obtido. Vai, enfim, perder e ganhar, rir e chorar como a vida ensina – com o aconchego do acolhimento necessário, seja lá qual for o resultado da peleja.

Aquele abraço, saudações esportivas

This Post Has 9 Comments

  1. O futebol é uma das "ferramentas" que o Pedro está usando para se fortalecer e aguardar pelo futuro na nova cidade, tanto para fazer amigos como para se sentir valorizado.
    Muito obrigada pelo carinho desde sempre e por toda dedicação e valores que vocês passam para a molecada e familiares.

  2. Obrigadissima Rodrigo!
    Aproveito para agradecer seus posts do blog Chutebol! São sempre muito pertinentes!
    Abs, Andrea mãe João Wakigawa Mac Dowell Leite de Castro

  3. Aproveito para te agradecer pelo carinho e a atenção que vc e o Tiago tem dado ao Diogo e agora ao Felipe. O Diogo não estaria no nível que está se não fosse por vocês. E gostando muito do esporte….continuem a educar esses meninos!

    Abs

  4. Bom dia!
    Esse é um tema q deveria ser colocado sempre aos país d forma q os mesmos não sejam tão obsessivos e descontrolados…. Mesmo pq, às vezes faz parecer q o pp técnico não está presente tornando a situação desrespeitosa c o mesmo.
    Fora isso, o filho é exigido + d q deveria.
    Enfim, costumo dizer q a parcimônia faz MT bem.
    ABC
    Adorei a pauta.
    Leana

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