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Barcelona 2019

No início é um grande desafio: centenas de crianças, adolescentes e familiares reunidos num hotel para viver uma experiência futebolística. Para conseguir acessar o universo do sonho, é preciso, no entanto – perdoem o clichê – ter os pés firmes na realidade.

Hospedar, uniformizar, transmitir segurança nas ações, acostumar a todos (e a nós mesmos) com a rotina de jogadores e profissionais. Diversas partes do mundo, os diferentes costumes, hábitos, idiomas.

Quando estas coisas vão assentando, as pessoas se sentem mais seguras para ser mais espontâneas. Jogadores e jogadoras, antes recolhidos aos pares nacionais, farejam, aproximam-se, dão voz à curiosidade inerente a esse tipo de encontro.

Encorajar, especialmente a meninada brasileira (muitos dos quais se viram em inglês e castelhano), a pedir um suco, uma informação, tirar uma dúvida com um treinador espanhol, por conta própria, vira uma tarefa. É bom ver quando eles se soltam e percebem que não devem nada a nenhum outro país, nem são pedintes internacionais.

Ficamos particularmente felizes quando começa a chegar o retorno dos familiares de que a experiência está sendo boa. “Fulano está realizado”, escutei numa mesa de jantar. Uma felicidade poder ouvir isso de um pai que apostou com a gente.

Com a bola rolando, treinamentos intensos, acima da média para nossa rotina de não-federados no Brasil – mas, igualmente, é ótima a sensação de que, aqueles que vieram conosco, têm a base e o conhecimento fundamentais para poder se aprofundar e corresponder às novas exigências. Sinal de que nossa formação tem bom caminho.

A ideia fundamental na metodologia espanhola é a chamada quebra das linhas defensivas, e as opções de passe para o jogador que possui a bola. “Jogos de posse de bola”, repetem muitas vezes.

Aquilo que muitos de nós, treinadores brasileiros, cobramos das crianças sem oferecer ferramentas, eles cobram oferecendo uma estrada papável, firme e progressiva. É um jogo de muita intensidade e, principalmente, inteligência.

Percebo, além disso, o respeito necessário à individualidade de cada um, e mais, de cada grupo. Os grupos também têm identidades que se formam, mesmo durante períodos curtos de convivência. O material e as quadras também são muito bons e isso facilita o trabalho.

Depois que as individualidades se sentem à vontade, que formam-se pequenos grupos e então grupos maiores, a sensação de um monte de pessoas amontoadas vai ficando para trás. Se impõe a sensação de um grande grupo, que pode, enfim, usar de sua realidade para viver, com intensidade, o sonho destes meninos e meninas de jogar futebol, seja em que nível for. Até profissional – por quê não?

O sonho é livre.

Aquele abraço, saudações esportivas

(PS. Nosso álbum da viagem em: Álbum Barcelona 2019 )

This Post Has 6 Comments

  1. Que maravilha, Rodrigo. Que aprendizado incrível. Muito obrigada por estar proporcionando esta experiência para o nosso RAFAEL/FAFÁ.
    Muito grata não só por hoje mas por todos esses anos!
    Obrigada,
    Beijos,
    Marília

  2. E a cada dia que passa, fico mais feliz e grato de saber que fizemos uma excelente escolha. É muito bom para nós, pais e mães, sabermos que temos vocês como aliados. Não só no que diz respeito ao ensino do futebol, mas como formadores de cidadãos. Um forte abraço a essa equipe maravilhosa do Chutebol. Vida longa a esse projeto lindo.

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