Brinquedo é pra brincar
Caros (as),
O blog Chutebol traz um texto que coloca a seguinte questão: até que ponto as atividades infantis têm de ser, necessariamente, destinadas a ‘aprender’, assim, no sentido didático do termo? As crianças somente aprendem assim? Os brinquedos, o brincar em si de uma criança, deve ter um objetivo em questão? Sempre? Boa leitura!
“O filho de um amigo meu completava dois anos e eu resolvi comprar um brinquedo para ele. Entrei numa loja grande de brinquedos e logo uma prestativa vendedora veio me atender. Disse-lhe que estava procurando um presente para um menino de dois anos de idade. Ela me acompanhou até uma grande gôndola e disse: “Aqui estão os brinquedos para crianças de dois anos”.
Em seguida, eu olhei alguns artigos expostos na gôndola e, ainda indeciso, passei a procurar na gôndola seguinte. A vendedora prontificou-se a esclarecer: “Os brinquedos desta gôndola são para crianças mais velhas. As crianças de dois anos de idade estão na fase sensório-motora e os brinquedos correspondentes a essa fase estão naquela gôndola. Os que o senhor está olhando não são adequados, porque correspondem a outro período do desenvolvimento em que as crianças têm comportamento pré-operacional”. Depois ela acrescentou: “É que eu estudo pedagogia, por isso posso dar uma orientação melhor”.
Com certa perplexidade, eu optei por voltar para o lugar ‘certo’. Ao examinar os brinquedos ali expostos, vi que eles realmente trazem a indicação da idade a que se destinam, e não apenas isso, pois as instruções de uso também explicam quando e de que maneira a criança deve brincar com eles.
Minha surpresa não demorou a virar indignação e eu saí da loja pensando que até os brinquedos para crianças pequenas já estão padronizados de acordo com a fase do suposto desenvolvimento. Os brinquedos vendidos já não são para brincar, mas para aprender. Não importa se um adulto goste de um brinquedo para dar de presente. Importa que o presente seja o mais adequado à fase didática sugerida. Em outros tempos, dar um brinquedo de presente era parte da cerimônia do prazer de comprá-lo, ao passo que agora o prazer parece residir no que a criança puder conhecer e resolver do objeto em questão, para aumentar seu incipiente e pretenso cabedal de conhecimento.”
[Adaptado de ‘A Pedagogia no negócio do brinquedo‘, do livro: ‘Rumo a uma infância Virtual?‘ – Esteban Levin, 2007]
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Bem legal a reflexão.
Você brincou muito no chão da cozinha com colheres de pau e panelas, creio que não indicados para sua tenríssima idade (após os 6 meses). Não era, talvez, muito pedagógico, mas parece que te ajudou a gostar de "fazer um som" livremente, pois se entretinha durante um bom tempo. Olha, o pessoal da pedagogia tem que se libertar de tantas amarras, que acabam desfigurando a profissão. Bjos, mãe
rsrs mãe, vc é uma figura,
bjs