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C’est la vie

Caríssimos,
Apresento os resultados da difícil 1a Rodada da Copa Futsal / 2010:
> Irlanda 0x0 Coreia do Sul / Ucrânia 2×2 Suécia / Alemanha 1×3 Portugal
Argentina 2×5 Equador / Chile 0x7 Bolívia / Uruguai 5×3 Peru / Angola 6×0 Camarões
 
Senti a necessidade de um depoimento pessoal (pais e jogadores ficam aflitos no momento da competição), então lá vai:
 
Bem, eu nunca gostei de perder, mas já perdi bastante. Isso não quer dizer que eu tenha me acostumado com isso. Quando era criança, jogava em times de escola e clubes. Diziam que eu era bom, eu até achava que era, acredito nisso. Daí que fui tentar ser jogador de verdade – pra desgosto do meu pai, pelo Vasco (e nós, rubro-negros…). Mas era onde havia surgido a oportunidade, pra mim e alguns amigos. Pegávamos o 497 em Laranjeiras, para ir até a Leopoldina, no Clube dos Portuários – lá havia um Núcleo do Vasco, comandado pelo ex-zagueiro Vantuil.
 
Daí eu vi que eu era bom, até um certo nível. Fiquei perto de ser federado (jogar pela equipe principal, federada), mas no fim das contas, acabei mesmo foi tendo um convite do Bonsucesso F. C. Aos 15 anos, morando em Santa Teresa e estudando no Humaitá, era uma escolha e tanto! Desisti. Preferi terminar os estudos, continuar no mesmo Colégio (‘Pedro II, tudo ou nadaa??!!’), ter tempo pra namorada… Ficou então na memória, do sonho de ser jogador profissional: ver o Pedrinho e o Felipe (esse mesmo, do Vasco) treinando e arrebentando em São Januário; perceber a dureza daqueles jogos; ver o Juan, nosso colega (o zagueiro da Seleção é filho da merendeira do Colégio Pedro II), dar os primeiros passos no profissional, num Flamengo x Grêmio, debaixo de chuva no Maracanã.

Assim, minha paixão pelo futebol teve de tomar outros rumos: fui fazer Educação Física na UERJ. Ao estagiar no Flamengo, descobri que não queria ser Treinador – queria ser Professor. Treinador escolhe os bons, descarta os ruins, e vai armando a equipe. O Professor tem de preparar e proporcionar a todos a experiência da competição. E uns vão ganhar mais do que perder; outros vão perder bastante; outros vão ganhar muito; uns serão campeões logo de primeira; outros, talvez nunca sejam; pra uns é fácil o sentimento de ajudar a equipe, mesmo tendo de ir pro gol (eu detesto); pra outros, ficar no banco de reservas é insuportável… Tem gente que joga, perde um montão, desiste por um tempo, depois tenta de novo… Tem gente que estréia ganhando de 6! Ou perdendo de 7… Tem gente que joga bem e perde – quem não lembra da Seleção de 82?? C’est la vie, como diz a minha mãe.
 
Enfim, tudo isso pra dizer que na paixão pelo futebol cabe tudo, noves fora aquela bobagem de rotular as pessoas em ‘winners’ e ‘loosers’. A vida é muito mais complexa do que isso e, no fim das contas, acho que eu perdi mais do que ganhei. 
 
Ah, ganha um doce quem adivinhar o que eu mais gosto de fazer quando estou de folga…

Aquele abraço, saudações esportivas

 

This Post Has 8 Comments

  1. Adorei o seu texto.
    A sua experiência é muito legal.
    Na minha opinião, participar das competições já é uma vitória.
    Vencer o jogo é uma questão de sorte.
    Estar na posição certa, na hora certa, dar o chute certeiro e fazer o gol é um conjunto de acertos.
    A vida também é assim. As vezes perdemos, às vezes ganhamos.
    O importante é participar e tirar o melhor proveito das situações que nos levam à derrota ou à vitória.
    Parabéns pelo seu trabalho como professor e educador dessa galerinha!

    Bjs

  2. Eu também estou muito orgulhosa do Bruno.
    Imagina aquele pirralhinho que no meio do jogo pegava a bola com as mãos e saía andando…
    Agora encarando times com mais experiência e habilidade. Conseguindo lidar com as adversidades com CLASSE, ELEGÂNCIA e principalmente RESPEITO!
    Ele já é cria da casa, cria sua.
    Aprendeu e aprende muito com vc. Sei a diferença que um professor pode fazer.
    Ele te ama de coração.
    As x , diz que não quer ir à aula, eu forço um pouco a barra. Digo que ele precisa treinar com os amigos e que cada um que não vai faz falta, que o grupo precisa dele. Enfim, ele nunca reclama de ter ido…

    bj

  3. Parabéns, Rodrigo, sensível e profissional, como sempre. Você acrescenta muito na vida desses garotos, que graças às tuas aulas – e nelas, a difícil arte de competir e também saber perder – aprendem a ser cidadãos e pessoas de bem. Se o Neymar tivesse tido um professor assim…
    Abraço! Clarissa.

  4. A Espanha perdeu na estréia e foi campeã mundial … e perdendo é que se aprende a ganhar … saber perder é um dom … agora, corrigir algumas coisas, aperfeiçoar a tática e ir em frente … a garotada jogou bem … gol relãmpago às vezes desconcentra … sei lá … mil coisas … Saudações Corinthianas … Guilherme.

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