Chutebol na Copa!
Começa o Mundial da Rússia, mas nós não somos os mesmos. Depois da chinelada do 7 a 1, de nossa crise em todas as esferas, do aparente desinteresse pela Seleção, prefiro pensar noutro ponto: em nossa oportunidade em amadurecer.
Cresci com aquele furor, quase desespero, na época das convocações, das escalações, da esperança coletiva em nossa representação. No futebol do século XX, sustentamos um mito – justificado por gerações de heróis em campo -, e quem viveu pode ter sido feliz com isso. Honestamente, eu fui.
No entanto, ao tentar sustentar um romantismo já descolado da realidade, fomos cruelmente castigados, sabemos como. Pior que o castigo, porém, foi a constatação de que nas últimas copas passamos a tentar ganhar na marra, na ‘amarelinha’, num imaginário inflado e, àquela altura, doente. Frágil.
Tudo isso pra dizer que talvez tenhamos amadurecido. O Chutebol espera ver boas partidas da Seleção; que ela jogue com o coração e nos represente no campo esportivo. Mas espero, também, ver soterrada a ideia de ganhar na marra, de achar que vai atropelar na camisa e de acreditar que perder é insuportável. Não, não é. As novas gerações devem poder se espelhar nisso.
Talvez estejamos falando de nossa dignidade mesmo. De um país machucado em tantos lugares, que deseja ser representado de maneira decente. Não precisamos de discursos inflamados, de mais gel no cabelo ou de desespero diante das adversidades. Nosso time é bom, e nossa paixão pelo futebol pode amadurecer.
O Chutebol espera, da Seleção, futebol e coração.
Aquele abraço, saudações esportivas