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Chutebol na Copa! (2)

Terminada a primeira fase do Mundial, ficou bastante presente um certo espanto: como seleções tão graduadas, da elite do futebol, tiveram tanta dificuldade em diversos jogos contra times de nível técnico inferior?

Na década de 90 ficou comum o chavão do ‘não tem mais bobo no futebol’. Como lembrou um amigo, isso passou a servir como desculpa para atuações monótonas de times pouco criativos, pouco intensos. Isso é verdade.

No entanto, em 2018, há que se considerar o avanço do futebol globalizado: estes jogadores, que disputam palmo a palmo cada lance nos gramados, já se enfrentam durante a temporada inteira nas principais competições européias. Digo, uma grande parte destes jogadores se conhecem do cotidiano de seus campeonatos.

A confiança necessária para se marcar um grande craque como Cristiano Ronaldo, Messi, Neymar ou Iniesta, vem do dia a dia no qual eles já estão acostumados. Era muito diferente para um latino, um asiático, pegar um avião a cada quatro anos para poder enfrentar uma estrela dessas. Outro amigo insistia: “O goleiro da Costa Rica é tricampeão da Champions e titular do Real Madri!!”. Isso era realmente inimaginável anos atrás.

Essa é a ideia que mais me agrada para tentar compreender o nivelamento desta Copa. Está cada vez mais difícil ganhar ‘na moral’, na marra, na camisa. Todo jogo é competitivo, ainda mais se lembrarmos que, nesta globalização, também existem as informações, métodos de treinamentos, observações de adversários circulando planeta afora.

Se, nos clubes, o futebol globalizado tem produzido desigualdades (pelo poderio financeiro de poucos clubes), no panorama das seleções nacionais ele ficou mais nivelado.

Eu gostei. Todo jogo virou um sufoco. Tem que correr, usar a cabeça e jogar muita, muita bola pra ganhar.

Vai aguentar?

Aquele abraço, saudações esportivas

This Post Has 4 Comments

  1. Parabéns amigo,

    Como sempre Tupi vc é ótimo e lúcido nas suas observações, seja sobre a vida ou sobre este jogo incrível…

    Quase uma tese sociológica…

    Existe inclusive este campo de pesquisa…

    Abraços

  2. ” Tem que correr, usar a cabeça …”. Usar a cabeça: meu pai costumava me recomendar isso quando eu ia jogar futebol, mas acrescentava: “não é cabecear…”. 🙂

  3. É isso aí, Rodrigo. Eu já tinha percebido esse fenômeno, mas nem me ocorreu dizer algo em público a esse respeito.
    Você tem total razão.
    Abração.

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