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Da relação Professor – Aluno

Caríssimos,
Nesta semana foram comemoradas duas datas muito caras ao blog Chutebol: o Dia das Crianças e o Dia do Professor. Não poderíamos nos furtar a deixar aqui umas palavrinhas…
[Clique na charge!]
Freud disse uma vez que a educação era das profissões impossíveis. O gênio da Bergasse 19 talvez estivesse apenas nos lembrando que sempre vai existir algo de indomável no ser humano. Claro, pois a partir de sua hipótese do inconsciente – logo de que não somos governados apenas pela razão – há o irredutível daquilo que é propriamente humano. Noutras palavras: você pode ensinar o que quiser; o que cada aluno vai aprender são outros quinhentos. Na charge acima, Calvin desnuda o ‘insolúvel’ da educação.
Daí que, no cotidiano do Chutebol, fica cada vez mais claro pra nós a importância de estar atento à singularidade do aluno. Não quero com isso fazer confusão com algo que considero tolo e infantil na cultura contemporânea em geral, a saber: a ideia narcisista de que tudo deve girar ao nosso redor. Mas sim de poder ficar atento às diferenças. 
Numa mesma atividade, transmitida para uma turma, a maneira de cada um se apropriar dela e seu próprio desempenho (e espontaneidade na ação) irá depender fatalmente de sua subjetividade: a história de vida, seu temperamento, a cultura familiar e social em que o fulaninho é criado e está inserido. Isso nos leva à ideia de que a base para a aprendizagem possível está evidentemente na qualidade da relação professor – aluno.
Tal relação é absolutamente a base do processo educativo. É fundamental estabelecer uma ponte  pessoa a pessoa com a criança. Tratá-la como ‘tatibitati’ ou, ao contrário, submetendo-a de maneira autoritária, dá no mesmo: ela não encontrará ambiente propício para se manifestar de modo espontâneo. Digo, para a criança ser espontânea, é preciso que o adulto também o seja. Conversar, abrir o jogo, poder mostrar-se alegre quando está – ou meio borocoxô, se for o caso. Claro, sem deixar a peteca cair. Os alunos entendem isso, porque eles também sentem como nós. Poder ser mais duro em alguns momentos, mais afável ou brincalhão em outros. Tipo a vida como ela é.
Se o professor estiver atento à condução do grupo, sem perder de vista a complexidade das singularidades (árdua tarefa!), tanto melhor será o ambiente e, consequentemente, os progressos pedagógicos. O blog Chutebol deixa aqui um grande abraço aos professores brasileiros por seu incansável trabalho – e outro para as crianças, por nos encherem de esperança todos os dias.
Saudações esportivas

This Post Has 14 Comments

  1. Biga, antes de tudo, ser professor é um dom, que misturado com estudo pode atingir a excelência. Até onde consigo ver, este é o caminho que você está trilhando e agradeço pela oportunidade de fazer parte deste processo através de meu filho. Meus sinceros parabéns.

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