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Dando tempo ao tempo

Caríssimos (as),
Voltamos às aulas com força total! A galerinha se rearranjando nas turmas, quem vai e quem fica, quem entrou e quem saiu, quem foi pra turma dos mais velhos? – tais questões são naturais neste momento de reinício de trabalho. Então se faz necessário pensar algumas coisas…
[Entre grandes e pequenos, cabe todo mundo!]
Nossas turmas são assim: 04 a 06 anos; 06 a 09 anos; 09 a 12 anos; e 12 a 15 anos. Existe então aquilo a que chamamos de ‘idade fronteira‘: 06, 09 e 12 anos. São alunos que, normalmente, poderiam estar em duas turmas – na de baixo ou na de cima. E o que vai fazer com que uns passem de turma, outros não?
Claro, tem a questão da habilidade, do futebol em si, mas não só. Existe uma certa sensação de segurança (emocional, corporal, psicomotora enfim) que é preciso que o professor sinta no aluno para que ele avance. Então tudo isso é conversado com pais e alunos ao final de um determinado ano para que, no ano seguinte, todos tenham uma ideia sobre em que pé está o trabalho e o andamento das coisas. Mas, quando o ano começa pra valer, algumas dúvidas reaparecem. Sigamos.
Uma questão muito importante é a de preservarmos as conquistas da criança, no sentido de que ela possa amadurecer aquisições da temporada anterior. Em tempos corridos deste século, tem sido muito comum os pais (prenhes de boa vontade, evidente) pedirem ao professor para que o filhote avance, mude de turma para ser mais exigido, ou algo do gênero. O que costumamos responder é que depende do caso. Explico: se é tão importante poder avançar, é igualmente importante poder ocupar o papel da referência, o papel dos mais velhos, daqueles que já manjam das exigências de determinada turma/faixa etária. Poder permanecer na turma sendo um dos mais velhos é fundamental. Até que finalmente passe de turma, já amadurecido, terreno aplanado.
E aí… começa tudo de novo! Volta o fulano a ser dos mais novos da turma, levar uns cascudos dos mais velhos, aprender coisas novas… Se cobramos dos mais velhos o papel da referência, cobramos dos mais novos uma certa sagacidade para enfrentar as dificuldades que vão surgir. São dois papéis que, no início do ano, ficam  muito claros: a turma demora um pouco a se ajeitar, a criança está se socializando, o pai vê o treino e acha que a turma está muito grande ou muito pequena para o seu rebento… Mas logo adiante, como temos percebido ao longo dos anos, as diferenças – que pareciam tamanhas no início – pouco se notam quando todos vão crescendo. Enfim… nós vamos nos arrumando!
O que é preciso ficar claro em tudo isso é que dispomos de critérios, ferramenta e diálogo para fazer os ajustes necessários, ouvir – mas também bancar nossa posição: ‘fulano deve avançar’, ou ‘fará bem ao zezinho mais um ano em tal turma’. É dar tempo ao tempo, por mais que num primeiro momento até a criança faça cara feia.
Mas não se deve ter medo de cara feia de criança. O que se deve fazer é escutá-la honestamente, sem abrir mão da posição de adulto – para poder ajudá-la em suas questões.
Aquele abraço, saudações esportivas

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