Gerações
Por Rodrigo Tupinamba Carvao
em 13/09/2019 |
Categorias: Chutebol18 anos ● Copinha do Mundo ● Educação ● Futsal ● Infância ● Saúde
Com o período de competições afunilando, um tema interessante que surge na arquibancada, muitas vezes, ocorre quando há uma disparidade gritante entre times – na Copinha do Mundo, por exemplo. Pelo que tem chegado até nós, cabe um pequeno comentário.
Um dos trabalhos mais difíceis para o professor é investir-se do papel de treinador. Digo, nós, professores de educação física que optamos por não trabalhar com o chamado alto rendimento (o esporte de ponta, times grandes, formação de atletas etc), habitamos por natureza o terreno da pedagogia, do nível escolar. São mundos diferentes.
Formar, assim, times para competir, envolve eleger alguns critérios (e aí cada instituição faz suas apostas), mas há algo do qual, para o bem e para o mal, não se escapa: quem joga bola é o jogador – ou a jogadora! Como não são atletas de fato, há muita oscilação no desempenho que não está sob nosso controle.
Isso nos remete à questão das gerações. Existem (e aí até há um paralelo com o mundo do esporte profissional) gerações de jogadores melhores do que outras. Ou mais talentosas. É preciso reconhecer isso, assim como se reconhece ao nível individual.
Então quando, numa mesma instituição, uma categoria (sub-12, por exemplo) apresenta desempenho notadamente melhor do que outra (sub-10, por exemplo), podemos pensar, para além de falhas do professor-treinador, de escalação, de treinamento e outras (que de fato vão existir), numa geração de alunos mais frágil mesmo. Que fazer?
Nossa ideia é apostar no suporte e no acolhimento. Suporte, de suportar as pancadas, a dureza dos jogos; acolhimento para ser capaz de reconhecer evoluções mesmo em derrotas, pois estamos falando de aprendizagem. Não estou falando de sentimentalismo ou coisa parecida, mas de poder encarar, junto a um grupo, momentos difíceis em sequência. É duro.
A criança e o adolescente somente tomarão momentos difíceis como aprendizagem se perceberem que seu esforço, em que pese o insucesso dos resultados, é reconhecido. E que não ficará a sós numa nau furada.
Quando há esse suporte, claro e firme por parte do adulto (família e professores), tem-se a oportunidade de viver uma aprendizagem fundamental para a vida: sobreviver, resistir.
Desta forma, é possível esperar por momentos melhores.
Aquele abraço, saudações esportivas