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Nota dos professores da Copinha

Prezados familiares-torcedores,
Naturalizou-se, no Brasil, a crença de que o torcedor, na arquibancada, pode fazer o que bem entender. Como se não existisse, também, uma responsabilidade na maneira como se comporta num evento esportivo, ainda mais lidando com crianças e adolescentes.

Na Copinha do Mundo de Futsal, ambiente no qual lutamos para manter a boa conduta esportiva, temos tido sucesso de uma maneira geral, por isso fica tão legal jogar, trabalhar, torcer. Mas tem havido excessos de familiares torcedores que não podemos aceitar. As coisas precisam ser ditas.

Os professores já relataram nessa competição: levar um tapa de avô de aluno; ser pressionado para escalar ou substituir fulano ou sicrano por telefone; ser pressionado para colocar fulano ou sicrano com familiar invadindo a área de trabalho do profissional.

Houve também aluno abandonando a competição na metade porque o responsável não concordou com a opção do treinador; familiares competindo com o treinador da arquibancada, saindo completamente de seu lugar e confundindo a criança com orientações pessoais; pessoa adulta dando o dedo do meio, em plena arquibancada, para um grupo de crianças (!!) que torcia contra seu time sem ofender ninguém.

Nada disso deve ser considerado natural. Não pode ser.

Torcer é incentivar, apoiar, gritar, se emocionar. Do lugar do torcedor. Os treinadores e as crianças irão errar, mas nos seus lugares.

Os profissionais, nesse nível escolar de competição, devem ser cobrados por sua postura pedagógica com alunos e alunas – e não por resultados ou escalações. O que não impede uma boa conversa sobre futebol, estratégias, escolhas, mas fora do momento do jogo.

A violência que impregna o ambiente do futebol no Brasil é um problema grave que deve ser combatido.

A responsabilidade em educar pelo esporte é ação conjunta de familiares e professores. Para que eles joguem, se divirtam, aprendam a ganhar e perder dentro de quadra e aceitando as regras e limites do jogo, é preciso que a arquibancada também tenha seus próprios limites.

Contamos com vocês!

Aquele abraço, saudações esportivas

This Post Has 5 Comments

  1. Uma vez, em uma competição de judô – o Caio também faz por eu ter na minha cabeça que praticar um esporte coletivo junto com um individual faz parte do crescimento emocional da criança- um pai começou a gritar para o filho quebrar o braço do oponente. A coisa foi tão agressiva que o juiz interrompeu a luta e pediu pro pai se retirar.

    A ideia de colocar o Caio no Chutebol foi exatamente pra ele trabalhar essa coisa da competitividade, que é inata r muito forte nele. Aprender a lidar com o fracasso com a mesma intensidade de aprender a lidar com a vitória e o respeito ao adversário. Isso é algo que vocês, Rodrigo e Tiago, são excepcionais e é, sem dúvida nenhuma, o grande diferencial das outras escolas de futebol. Só temos a agradecer a vocês.

  2. Vocês fazem um baita trabalho! Ensinam, cobram, educam, dão bronca, abraçam… Prova disso é encontrar um ex-aluno de vocês no meu prédio, hoje com seus vinte e poucos anos, e ele ao ver o João Pedro no elevador com o uniforme do Chutebol disse: “Cara, o Chutebol é uma das melhores lembranças que tenho da minha infância”.

    Aplaudo a iniciativa de vocês em combater tal postura, pois temos que lembrar que são crianças!

  3. Aplaundindo de pé!
    Seu texto deveria ser lido em todas as escolas de esporte, ou melhor, em qualquer instituição de ensino de crianças e jovens.
    Grande abraço!
    Marcus
    Pai do Vicente e do Chico

  4. Rodrigo,
    Tiro o chapéu pra você nesse cuidado em alertar, em conversar com os adultos, com os familiares das crianças com quem você trabalha.
    Não é fácil cobrar bom senso e dar limites a pais de alunos (eu sentia isso cotidianamente quando era professora de ensino médio), mas é muito importante!
    Eu às vezes brinco falando que em seu trabalho você educa também os pais, as famílias. Não deixa de ser verdade…
    Parabéns e abraços,
    Ana

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