Nas adaptações e transformações pelas quais temos passado, em função da pandemia e do confinamento, muito se tem falado das dificuldades escolares de alunos e alunas, crianças e adolescentes – como também das famílias neste contexto.

Sempre bom que tudo isso seja debatido, e creio que as melhores propostas e formatos devem assentar-se em função do tempo com criatividade, persistência e alguma boa vontade.

Ocorreu-me, no entanto, falar também da condição de professor nesta situação.

Trabalhar com movimento, educação física e esportes no espaço de uma sala foi um baque. Futebol então, nem se fala, já que aquilo que antigamente era um piada (o menino perna-de-pau que só sabia jogar futebol na sala) virou em muitos casos uma necessidade.

Pois é preciso manter, em alguma medida, o corpo em movimento, mesmo que competindo com games fabulosos.

Então inventar, reinventar exercícios, brincadeiras, desafios e atividades também coloca o professor num estado de angústia, de dificuldade.

Conseguir comunicar-se adequadamente; imprimir um ritmo; calcular a intensidade de uma aula em função da idade e habilidade dos alunos passou, de algo inimaginável a desafio e, aos poucos, vai ficando mais prazeroso.

Alunos e alunas também vão aprendendo a esperar a vez de falar ali na telinha, de cumprir sua atividade e esperar nova instrução, inclusive mover a aba do laptop ou mudar a angulação do celular para mostrar a todos uma nova habilidade.

Essa angústia compatilhada, quando pode contar com a ajuda dos envolvidos no processo e nessa nova construção, vai nos dando recursos outrora impensáveis, até que a quadra retorne – mas a possibilidade de aulas neste formato talvez se estabeleça em paralelo, quem sabe, como recurso?

Como professor, foi uma contribuição que achei razoável deixar registrada.

Bola pra frente!

Aquele abraço, saudações esportivas