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Sociedade excitada

Caríssimos (as),
O blog Chutebol traz um pequeno recorte do psicanalista Joel Birman, que nos ajuda a refletir sobre uma certa cultura do excesso nos dias em que vivemos. Quando tantos ‘transtornos’ são diagnosticados (como se fossem algo que subitamente acometessem o sujeito, não sendo reflexos de sua subjetividade); quando um número outrora inimaginável de crianças e adultos são tidos como ‘hiperativos’, cabe mais uma vez perguntar qual é o pano de fundo cultural e social para a produção de um determinado modelo subjetivo – categórico do século XXI. Boa leitura!
[Clique na charge!]
“Antes de mais nada, é preciso reconhecer que as individualidades contemporâneas ultrapassam um certo limiar, vigente anteriormente, no registro estrito da ação. Algumas novidades se fazem aqui presentes, caracterizando um certo estilo de ser do sujeito na contemporaneidade, em oposição ao momento histórico que o precedeu na longa duração. Se a condição de ser ao mesmo tempo pausada e reflexiva delineava o estilo de ser na Modernidade, não obstante as descontinuidades e as rupturas intempestivas que o marcaram e caracterizaram, a aceleração do sujeito é o que se destaca na contemporaneidade.
O ser interiorizado no registro do pensamento se transforma no ser exteriorizado e performático, que quer agir, antes de mais nada. Assim, a hiperatividade se impõe. Age-se frequentemente sem que se pense naquilo a que se visa a ação, de forma que os indivíduos nem sempre sabem dizer o que os leva a agir. O sujeito da ação tem a marca da indeterminação. No cogito da atualidade, o que se enuncia ostensivamente é: agir, logo existir. O agir é o imperativo categórico na contemporaneidade.
Retomando o que já enunciei acima, pode-se dizer que as individualidades seriam marcadas pelo excesso, que as impele inequivocamente para a ação. Isso porque esta seria a melhor forma para se ver livre daquele e poder então eliminá-lo. Caso não façam isso, as individualidades seriam possuídas pelo excesso, que as inundaria pela angústia.
É desse fundo difuso e indeterminado que se pode depreender algumas das modalidades específicas de ação nas subjetividades contemporâneas. A explosividade, antes de tudo. Tudo se passa como se essas não conseguissem mais conter o excesso no seu território interior, para em seguida simbolizá-lo e transformá-lo naquilo que Freud denominou ação específica, isto é, numa ação adequada ao contexto em que uma dada afetação foi colocada pelo psiquismo. Diante dessa impossibilidade, a descarga de excitabilidade se impõe sob a forma de manifestações emocionais incontroláveis.
Com isso, a irritabilidade é uma constante na forma de ser das individualidades atuais, marca insofismável do seu ser. Um dos maiores problemas sociopolíticos da atualidade é a violência.”
[Birman, 2012 – ‘O sujeito na contemporaneidade]

This Post Has 6 Comments

  1. Oi Rodrigo.

    Tudo bem?

    Escrevo pra te avisar que, infelizmente, Lucas sairá da escola no próximo ano. Isso porque conseguimos matricula-lo em uma escola americana que funciona em período integral. Quero que saibam que ficamos muito satisfeitos com o trabalho de desenvolvimento esportivo que vocês realizaram com o Lucas. Percebemos a evolução em questões importantes como espírito de equipe e perseverança. Ele, sem dúvida, sentirá saudades de vocês e da turminha.

    Abs

  2. Obrigada mil vezes pelo seu trabalho.
    Sempre uma atividade que considerei e ainda considero essencial, atividade fisica e educação e ainda dando uma forcinha para a social dos meninos.
    Beijos

  3. Queria te parabenizar pelo excelente trabalho que vcs realizam e agradecer por tudo de bom que fizeram com o Antonio. Tenho certeza que o período que ele passou no chutebol foram marcantes e muito contribuíram para o crescimento do Antonio.
    Abs
    Renato

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