Esporte?
Caríssimos (as),
A prática do esporte por crianças e jovens tornou-se, nas últimas décadas, elemento consagrado da cultura ocidental, por assim dizer. Slogans como “Esporte é saúde” ou “Educação pelo esporte”, em suas mais variadas formas, empurram todo um público infanto-juvenil às mais variadas modalidades e, chegando aos centros de poder, impulsionam projetos diversos e até políticas públicas (se são bem executadas ou não é outra questão, vá lá). Até aí, nada de novo.
No entanto, dentro desta perspectiva de associar o esporte aos melhores ideais civilizatórios (quem pode ser contra ‘saúde e educação’, assim amplamente falando?), existem pontos a serem pensados. Pois, na verdade, esporte só será sinônimo de educação ou de saúde sob determinadas condições – e me parece importante poder falar sobre isso.
No caso brasileiro é comum a associação, na maioria dos casos, de que as aulas de Educação Física escolares são bem ruins, ao estilo do professor que larga a bola aos alunos e fica lendo o caderno de esportes do jornal; por analogia, ao contrário, bom costuma ser o esporte nos clubes, aonde o treinador (repare bem, já não é o professor) deve ser bastante durão e exigente para provar sua competência e, supostamente, promover a saúde daqueles que estão sob seus cuidados. Educação Física e Esporte são, aliás, dois conceitos bem distintos, mas não pretendo me ater a isso agora.
Pois bem: ambos os casos orientam o imaginário nacional e, assim como vejo, ilustram o que temos oferecido grosso modo, ainda que não seja honesto generalizar. (Tenho um amigo que costuma cobrar estatísticas para melhor interpretar a realidade mais ampla, mas não é o caso aqui, dado que não as possuo. Fico assim com minhas percepções e experiências, reivindicando de antemão meu direito à sagrada ignorância). Sigamos.
Recorro ao Aurélio: “Esporte: 1. O conjunto dos exercícios físicos praticados com método, individualmente ou em equipe; desporto. 2. Qualquer deles. 3. Entretenimento”. Percebam que não há qualquer menção à educação ou saúde, donde podemos concluir que tal noção é uma construção social. Digo: o significado do esporte na vida do sujeito não está posto, mas vai sendo edificado – e disso dependerá de como esta ou aquela atividade será apresentada ao fulaninho. Fugindo aos estereótipos já mencionados (o professor preguiçoso e o treinador carrasco) existe um vasto terreno que pode ser trabalhado para, de fato, enriquecer a existência da pessoa que o pratica.
Não existe fórmula única, mas é preciso escolher/criar uma metodologia, e sustentá-la. No Chutebol procuramos partir da brincadeira, passando aos jogos e movimentos desportivos propriamente ditos, para então chegar à ideia de desempenho – a competição. Assim, quando em nossas aulas são propostas atividades lúdicas; quando atividades corporais diversas são realizadas; quando não há necessariamente que chutar uma bola num dado momento da aula, é justamente pelo entendimento categórico de que há uma multiplicidade de aspectos que antecedem os gestos motores específicos – em nosso caso, aqueles do Futsal. Pois nestes momentos que precedem o embate competitivo é que o aluno pode experimentar suas possibilidades corporais, afetivas e sociais mais amplas. Para poder chegar ao confronto em condições de se beneficiar deste da melhor maneira possível.
Por isso recorrer a outros olhares, como a Psicomotricidade e a Psicanálise. E outros tantos. Porque o movimento humano pode e deve ser abordado por olhares distintos e, se realmente pretendemos fazer do esporte uma ferramenta para melhor cuidar e educar, que ele tenha um significado mais bem elaborado.
Tenhamos isso em mente: o sentido do esporte não está dado. Ele é construído.
Aquele abraço, saudações esportivas
Olá Rodrigo,
É por essas e outras sou sua fã.
Não tenho duvidas de que o Felipe desabrochou com a contribuição do seu projeto e sua. No caso dele certamente o futsal, o esporte, é educação e saúde, física e mental. Ajudou e ajuda muito ele na socialização e na segurança.
Mil obrigadas sempre.
beijos para você e toda a equipe.
nos vemos no campeonato
Concordo plenamente, Rodrigo.
Grande abraço.
Ah,que foto demais! Bjos,mãe