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Crianças & Professores

Caros (as),

Diante de duas datas tão importantes para o nosso projeto (em que celebramos crianças e professores), cabe um pequeno comentário.

Gostaria de ressaltar um aspecto que tem chamado a atenção no cotidiano das aulas: a capacidade inclusiva de uma real educação esportiva.

Não é fácil conjugar a competição, inerente ao esporte, com a participação de todo e qualquer interessado em jogar – que dirá em competir. No mais das vezes, o que acaba acontecendo é um funil, tomado por ‘natural’ em nossa cultura; quem é bom, joga. Quem não é…

Muitas vezes, aliás, é a própria criança, percebendo certo desnível em relação aos colegas, que prefere retirar-se de cena. Começa a dizer que não gosta, que é ruim, ou dá uma desculpa meio esfarrapada. Acaba, ao contrário do que prega o chavão ‘esporte para todos’, se excluindo ela própria.

O trabalho do professor que, antes de ser treinador, sabe o que o esporte pode oferecer na formação de cada indivíduo é, justamente, dar suporte: à criança em dificuldade, à família e, também, à turma, para que consiga lidar com as diferenças.

Tal trabalho começa pela percepção da composição da turma; pelo planejamento; e pela adaptação das atividades às necessidades do maior número de alunos, já imaginando como poderá exigir dos alunos habilidosos – e daqueles nem tanto.

Quando existe tal preocupação e empenho a capacidade inclusiva se abre e, no Chutebol, por exemplo, temos conseguido atender com razoável êxito: crianças com certo grau de autismo, de asperger, de comprometimentos neurológicos ou distúrbios psicomotores.

Sim, é possível, mas não só eles. A meninada que simplesmente não é craque de bola, mas quer jogar para se enturmar, brincar e aprender, sem esse olhar inclusivo costuma ficar de lado. E aí é como se o futebol, um jogo profundamente democrático em suas raízes, passasse a servir apenas aos craques que, convenhamos, são minoria.

Em nossa experiência é mais jogo adaptar o planejamento, alargar o olhar e poder dar uma aula inclusiva, em que todos possam jogar no seu nível e, é claro, competir. É um ajudando o outro, correndo pelo outro, aceitando suas limitações e buscando melhorar.

O craque pode aprender tanto com o perna-de-pau como o contrário é verdadeiro. Pode aprender outras coisas além dessa ou daquela habilidade. Pode aprender em humanidade.

Nisso reside o trabalho de um verdadeiro professor ou professora.

Celebremos, pois, as crianças e os professores!

Aquele abraço, saudações esportivas

This Post Has 10 Comments

  1. Rodrigo,
    Parabéns pelo seu dia!!!! :))
    Senti na pele o que você escreveu no texto abaixo.
    E você lida com essas diferenças com maestria. Sensacional!

    Bjs

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