O futebol e as singularidades
Caríssimos,
O vídeo abaixo faz parte da série ‘Capitais do Futebol‘. Nela, os maiores clássicos do futebol mundial são apresentados com seus diversos atores: jogadores e gols (naturalmente), ex-craques, torcida, dirigentes e, além disso (o que dá maior graça) traça um pequeno paralelo entre a cidade, suas características e história, e o referido confronto. Vale muito separar um tempo e assistir junto com os pequenos!
O blog Chutebol destaca, não por acaso, o clássico Barcelona x Real Madri. É interessante para nós, como educadores, a ideia de Johan Cruyff, ex-craque e pensador ativo no Barça de ontem e de hoje – quando ele diz, lá pelo décimo-terceiro minuto do vídeo:
“Eu vim da Holanda, que é um país muito pequeno. E éramos os melhores do mundo. Quer dizer que não tem a ver com o seu tamanho, tem a ver com aquilo que você traz dentro de você. Eu era muito frágil quando jovem, então isso me fez buscar outras qualidades, que outros não têm – sobretudo pela debilidade física. Por exemplo, a visão: se você não quer se chocar toda hora, tem de enxergar bem o jogo. E a técnica tem de ser melhor, para poder escapar ao choque.”
Partindo de uma visão educativa isso muito nos agrada, simplesmente pelo fato de o futebol poder servir de metáfora (senão de realidade) para um estilo de vida em que a singularidade deve ser exaltada, não como individualismo, mas para que cada um possa jogar – e viver! – à sua maneira. Isso pode ser visto como uma maneira de resistir a um ideal de sujeito-máquina, oriundo de um certo discurso científico em que aquilo a que chamamos de ‘nossos defeitos’ tem de ser eliminado, para que a ‘máquina’ possa funcionar à perfeição.
Nesse balaio de gatos, emoções como a raiva, as tristezas, as frustrações, são altamente indesejáveis e deveriam ser banidas, como se não fizessem parte daquilo que é… humano! Nada disso: busquemos superar nossas limitações, mas superá-las quer dizer também reconhecê-las como parte de nós.
Bem, senão pelo futebol, Clarice Lispector nos alertou antes: “Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual defeito sustenta nosso edifício inteiro.”
Aquele abraço, saudações esportivas
Rodrigo, não sabia que vc curtia Clarisse Lispector. A Beth Goulart faz uma peça interpretando ela que esta muito legal. Alem do mais, a musica foi toda composta pelo Alfredo, e a musica de espera são das fabulas. Muito legal. Bjs, Ana Luiza
Pois é Ana, quem não gosta dela?..rsrs Vi a chamada da peça, estou afim de ir, bjs!