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Dia das Mães: afeto & consumo

Então, vamos lá:

Viva o Dia das Mães, vivam as mamães de todo o mundo, viva a minha mãe (alô mamãe, um beijão, viu?!!)! Sem chatices, sem patrulha ideológica, mas aqui nessa imagem é que eu acho que o calo aperta: já perceberam a quantidade de crianças e adolescentes retratadas, cada vez mais, como os adultos consumidores a quem se destinaria (em tese) a propaganda?
Pois é. Aqui eu acho que tem um quê de covardia. Da publicidade, em si. Cada um vai vender o que tem, e como pode. Mas, num anúncio como esse (e são muitos!), a diferença geracional, do que é adulto e do que não é, fica apagada. A ideia cretina de ‘fidelizar o cliennnte’ desde a mais tenra idade começa a passar por cima da ética e do bom senso, do que realmente uma criança ou adolescente precisa na sua vida.
Bem, se uma pessoa adulta decide que quer ou precisa de nove meses de sapatos grátis, problema dela. Outra coisa, completamente diferente, é bombardear as cabecinhas cada vez mais confusas, e ávidas por consumo, de que alguém de 13 ou 14 anos precisa disso. Ou que isso seja desejável. Não, não é.
Daí que não tenho a menor dúvida da quantidade de adolescentes se torturando pra ter, ter, ter isso e aquilo, pois assim será uma mulher. Não mais no simbolismo de brincar de ser mulher, mas de se lançar assim na vida – e depois, quem arca com as consequências disso? Uma menina de 15 anos é uma mulher? Na minha terra, não é.
Então, meus caros, atenção ao que é um carinho, um dia especial, um afeto legítimo; e o que é uma bobajada infantilóide, destinada a vender a qualquer custo, o que quer que seja, pra quem quer que seja. 
Não somos otários (deixe aqui seu comentário!).

This Post Has 4 Comments

  1. Numa data como essa me pergunto que cara tem as mães de hoje. E as avós? Alguém já percebeu que as avós hoje em dia tem cara de tia?!. E as vezes chegam a se confundir com as netas?!

    Atualmente estamos com falta de alguns referenciais, que para mim são essenciais e, sem os quais desconfio da evolução da nossa sociedade.
    As filhas que são miniaturas das mães, as avós que são chamadas por um apelido distante. Alguma avó new generation sabe a receita de um bom bolo de fubá ou de um doce de leite caseiro?
    Ah, a minha sabia!! Sou, ainda hj, uma criança feliz. Eu tive uma avó.

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